Dia da Consciência Negra lembra a necessidade de reflexões que precisam ser feitas

O dia 20 de novembro, no Brasil, é lembrado como Dia da Consciência Negra, data escolhida em referência à morte de Zumbi dos Palmares, que lutou bravamente contra o sistema escravocrata do país. Entretanto, mesmo após um século da abolição da escravidão, as marcas desta, como racismo e desigualdade, ainda podem ser facilmente vistas em nossa sociedade.

Dados do IBGE de 2018, por exemplo, mostram que a população negra representava dois terços de todos os brasileiros que se encontravam sem emprego. Além disso, os números também mostraram que a renda domiciliar média per capita de pretos e pardos era de R$ 934 no mesmo ano, enquanto para os brancos era de R$ 1.846.

Segundo o escritor Laurentino Gomes, um dos problemas motivadores dessa situação está no fato do Brasil ainda não ter feito a “segunda abolição”. A ideia é reforçada pela embaixadora Irene Vida Gala, que se dedicou por mais de três décadas em missões no continente africano. “Normalmente a gente pergunta: ‘O que podemos fazer pela África?’. E eu não quero isso, mas quero pensar o que a África pode fazer pelo Brasil”, disse ela em entrevista à BBC Brasil

A “segunda abolição” é justamente um dos motivos pelos quais a data de hoje precisa ser lembrada. Enquanto sociedade, é necessário que se faça uma reflexão sobre os próprios preconceitos para que, assim, se dê o próximo passo. “Estreitar laços com a África é absolutamente essencial, porque é essa aproximação que vai nos ajudar a fazer a segunda abolição. Quando se reconhece que a África pode ser nosso parceiro na superação do nosso problema racial, se inverte o sentido dessa relação”, conclui a embaixadora.

No Brasil, 20 de novembro é dia de consciência mas também é de reflexão. Vários nomes, como os da imagem, se dedicaram por esta luta e todos nós também podemos fazer parte desta história.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”. (Nelson Mandela)

“Não sou descendente de escravos. Sou descendente de pessoas que foram escravizadas”. (Makota Valdina)