Brasil avança na guerra contra o Ebola

O Soro
Ao contrário de uma vacina, que faz a imunização ativa do indivíduo, o soro cria uma imunidade passiva. Assim, o anticorpo é transferido para uma pessoa ou animal e o protege da ação da doença. A produção seguirá a mesma metodologia empregada na fabricação do soro antirraiva. A diferença é que, além do vírus da raiva atenuado, conterá ainda uma molécula de ebola, que deve criar anticorpos capazes de combater a doença. Em nenhum momento será feito o transporte do vírus para o Brasil. “Tudo que se relaciona ao ebola será feito nos laboratórios dos Estados Unidos”, explica o diretor do Butantan. Os testes clínicos de toxicidade deverão acontecer em países mais afetados pela epidemia, como Libéria, Serra Leoa e Guiné. Segundo Kalil, esse processo será acompanhado pelaAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sintomas da doença
O ebola é muitas vezes caracterizado pelo início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia, funções hepática e renal deficientes, erupções cutâneas, e, em alguns casos, sangramentos internos e externos, com interrupção do funcionamento dos órgãos. Exames de laboratório que indicam a possibilidade de o paciente estar infectado incluem baixa de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas. O teste definitivo para diagnosticar o ebola é chamado PCR. No Brasil, o Instituto Evandro Chagas, em Belém, é o único habilitado para receber as amostras de sangue dos pacientes e inativar o vírus. O período de incubação do vírus pode durar de dois dias a três semanas.