Seminário Energias Renováveis no Brasil e na África apresenta perspectivas do setor e oportunidades para novos projetos

O Instituto Brasil África realizou, no último dia 30 de março, o Seminário Energias Renováveis no Brasil e na África: os Motores Sustentáveis do Desenvolvimento Econômico. O evento contou com um seleto grupo de palestrantes para debater as principais tendências no setor de energia, metas para descarbonização, alterações climáticas e impactos da pandemia.

O primeiro painel teve como tema Mudanças Climáticas e Transição Energética: Avanços e Tecnologias para um Mundo Descarbonizado. “O Brasil tem muito a compartilhar com a África no sentido de descobrir novas possibilidades para equalizar o direito à energia para todos”, afirmou Cícero Bley Júnior, Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Luxemburgo – CCBRALUX Paraná, durante o diálogo.

O Chefe da Missão da Urganização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) no Brasil e na Venezuela, Alessandro Amadio, destacou o papel da organização na “busca por desenvolver modelos de negócios que sejam sustentáveis no ponto de vista tecnológico e financeiro”. Miquelina Menezes, Presidente da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER), ressaltou os grandes impactos, em especial na educação e saúde, que as energias renováveis podem ter nas pequenas comunidades rurais.

Para João Sarmento Cunha, Chefe da Divisão de Energias Renováveis no Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), deve “haver vontade de explorar novos caminhos e arriscar mais por parte das organizações financeiras”.

O segundo painel do evento foi centrado em Infraestrutura, Finanças e Energias Renováveis: Fortalecendo PPPs para Prosperidade Compartilhada. “A verdadeira questão agora é como tornar a energia acessível para as pessoas que não têm esse acesso”, salientou Quentin Sauzay, Diretor do SouthBridge Group.

Antonio Pinheiro Silveira, Vice-presidente Corporativo de Infraestrutura do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), comentou sobre os principais desafios no campo da sustentabilidade e o progresso das energias renováveis na região. A pauta foi acompanhada por Patrick Dlamini, CEO e Diretor Executivo do Banco de Desenvolvimento da África Austral (DBSA), que falou sobre a parceria entre os setores públicos e privados para o desenvolvimento de projetos.

Hector Gomez Ang, Gerente Nacional para Angola, Moçambique, Zâmbia e Botsuana na International Finance Corporation (IFC), aproveitou para compartilhar suas perspectivas sobre o papel que o setor privado pode desempenhar com os governos dos países. Também aprofundando o diálogo, Rentia Van Tonder, Chefe de Energia, Cobertura de Clientes e Corporate e Investment Banking no Standard Bank, falou sobre o trabalho que o banco tem desenvolvido no setor e que “não podemos subestimar o poder das parcerias entre o setor público e privado”.

Encerrando o painel, a moderadora Bronwyn Nielsen, CEO da The Nielsen Network, destacou que “precisamos estar no ‘chão’ e apresentar nossos projetos, uma vez que o mundo volte a ter uma aparência de normalidade”.

O último painel foi orientado pelo tema Energias Renováveis para Todos: Acessibilidade, Custo e Desenvolvimento Social. “A África tem uma grande chance de estabelecer cronogramas ambiciosos para a transição energética. Mas a questão é: como vamos atender essa demanda?”, questionou NJ Ayuk, CEO do Centurion Law Group e Presidente Executivo da African Energy Chamber.

“Acho que a questão é o que será necessário para muitos desses países em desenvolvimento serem competitivos em uma economia verde”, continuou Glenn Pearce-Oroz, Diretor Sênior de Relações Internacionais e Projetos Especiais do SEforALL. Joseph Nganga, Diretor Executivo de Energia e Clima na Rockefeller Foundation, lembrou que “cada país é diferente. Portanto, é um desafio complexo e precisamos pensar nisso de uma forma holística”.

Durante o diálogo, Laura Oliveira, Fundadora e Presidente do Grupo LEVVO, falou sobre os impactos que a transição para uma energia renovável pode ter nos negócios e os resultados que atingiu com as novas práticas.

Além dos painéis, o Seminário também contou com entrevistas especiais. Na primeira delas, Eluma Obibuaku, Vice-Presidente Sênior e Chefe de Energia na Africa Finance Corporation, conversou com Ajong Mbapndah L, Editor-Chefe da revista Pan African Visions sobre perspectivas para integração energética no continente africano.

As ações do projeto Revolusolar também foram apresentadas por seu Diretor-executivo, Eduardo Ávila, em entrevista à jornalista do Valor Investe, Isabel Filgueras. Finalizando, Rafael González, Presidente da CIBiogás, falou sobre os projetos da entidade e cooperação internacional em bioenergia em entrevista com Caroline Ribeiro, Coordenadora de Comunicação do IBRAF.

A programação do Seminário Energias Renováveis no Brasil e na África gerou seis horas de transmissão ao vivo, contando com a participação de um público espalhado por todo o mundo. Os painéis e as entrevistas estão disponíveis no canal do Instituto Brasil África no YouTube.