Prof. Sarah Agbor propõe aliar Educação ao Desenvolvimento Sustentável

Fortalecer a educação para o Desenvolvimento Sustentável em ambientes formais, não-formais e informais, incluindo o setor privado. Essa é uma necessidade urgente, segundo a Comissária de Recursos Humanos, Ciência e Tecnologia da União Africana, Prof. Sarah Anyang Agbor. Ela, que é uma das maiores autoridades africanas em Educação, conversou sobre a temática durante uma masterclass do IBRAF Fellowship Program (IFP), realizada pelo Instituto Brasil África (IBRAF) no dia 15 de março.

Durante sua intervenção, a Prof. Agbor propôs uma reorientação dos currículos escolares, de forma que passem a  abordar a sustentabilidade. Essa adequação pode ocorrer tanto na esfera local, em sala de aula, ou em nível nacional.

“É importante que educadores, líderes e cidadãos reconheçam que o desenvolvimento sustentável é um conceito em evolução e que a lista de perspectivas de sustentabilidade pode, portanto, crescer e mudar”, afirmou.

A Comissária também apresentou inúmeras ferramentas e recursos criados para a  reorientação sistemática de currículos a partir da gestão pública, considerando a participação pública e a transparência como elementos essenciais da sustentabilidade. Em todos os processos, segundo sua análise, devem ser levados em consideração fatores como equidade de gênero e as distintas realidades sociais.  

Prof. Sarah Agbor mostrou também as estratégias utilizadas pela União Africana para fortalecer a educação através do empoderamento de mulheres e jovens. “O financiamento da educação, aprendizagem ao longo da vida, capacitação, saúde, água, empreendedorismo, especialmente para os nossos jovens e mulheres, são fatores- chave para o avanço da Agenda 2063”.

Olhando para o futuro

A educação e a capacitação são alavancas poderosas para a produção de capital humano. “Os jovens africanos representam mais de 60% da população e precisamos desenvolver as suas competências para que possam enfrentar os desafios do século XXI. Em 2063, 46% do aumento da força de trabalho da África será constituída por jovens de 15 a 35 anos. Esses jovens devem acessar e obter os níveis básico, secundário e superior de educação e habilidades e seus potenciais de inovação, inventividade, empreendedorismo, empregabilidade e cidadania responsável devem ser desbloqueados”, analisou a Comissária.

Desafio extra

Prof. Sarah Agbor também lembrou que a pandemia de COVID-19 tem tornado a universalização da educação algo ainda mais desafiador. A propagação do coronavírus promoveu o fechamento temporário de instituições de ensino, afetando mais de 91% dos estudantes em todo o mundo. Em abril de 2020, cerca de 1,6 bilhão de crianças e jovens estavam fora da escola, e quase 369 milhões que dependem da merenda escolar precisaram buscar outras fontes de nutrição diária.

“A África não pode se dar ao luxo de perder ainda mais as oportunidades apresentadas pela 4ª revolução industrial, pois a pandemia de COVID-19 está prevista para agravar as vulnerabilidades e riscos já pré-existentes de comunidades com repercussões a longo prazo, em particular para meninas e mulheres”, reforçou.

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