
A trajetória de Nelson Mandela, um dos maiores líderes do século XX, ganha destaque nas exposições promovidas pelo Instituto Brasil África em parceria com instituições sul-africanas de referência, como o Apartheid Museum e a Nelson Mandela Foundation. Por meio de imagens, vídeos e registros históricos, o público é convidado a refletir sobre o legado de reconciliação, justiça e liderança de um homem que transformou não apenas a África do Sul, mas o mundo.
A primeira edição no Brasil aconteceu em 2018, durante as celebrações do centenário de nascimento de Mandela, com a mostra Mandela: From Prisoner to President, desenvolvida pelo Apartheid Museum. A exposição já havia percorrido países como Suécia, Argentina, França e Peru, alcançando mais de um milhão de visitantes ao redor do mundo. Em sua versão brasileira, apresentada pelo Instituto Brasil África, a exposição foi recebida com entusiasmo e contribuiu para fortalecer os laços culturais entre Brasil e África do Sul.
Em 2024, o Instituto Brasil África renovou essa homenagem com a mostra inédita Mandela – Ícone Mundial de Reconciliação, uma colaboração exclusiva com a Nelson Mandela Foundation, de Joanesburgo. A exposição reúne 50 painéis fotográficos que apresentam diferentes fases da vida do ex-presidente sul-africano — da infância e juventude ao período de ativismo político, prisão e liderança nacional. A mostra estreou no Aeroporto Internacional de Brasília e, em seguida, foi exibida no Centro Cultural São Paulo (CCSP), com programação formativa e seminários temáticos.
Mais do que uma biografia visual, Mandela – Ícone Mundial de Reconciliação propõe um mergulho profundo no espírito de luta e generosidade de Mandela. Com curadoria de Christopher Till, a exposição evidencia o impacto global do líder sul-africano e sua mensagem atemporal de superação, diálogo e construção coletiva. A proposta é sensibilizar públicos de todas as idades, origens e nacionalidades — e contribuir para o fortalecimento de uma cultura de paz.
O legado de Mandela

A história contemporânea da África do Sul pode ser dividida em duas fases: antes e depois de Nelson Mandela. A primeira refere-se ao período em que o país, ao tolerar o regime de segregação racial conhecido como apartheid — por quase quatro décadas —, era considerado pela comunidade internacional um Estado fora da legalidade. A segunda tem início em 1990, quando Mandela, após passar 27 anos na prisão por sua oposição a esse regime nefasto, é libertado e surpreende o mundo ao buscar a reconciliação entre as “raças” polarizadas da África do Sul, defendendo os princípios da construção nacional e da governança cooperativa.
De fato, Nelson Mandela, graças à sua capacidade de conduzir a África do Sul durante o período de seu renascimento, foi reconhecido como um negociador internacional benevolente e um pacificador por excelência. O resultado é que Mandela fez o que parecia impossível: transformou a mentalidade de milhões de pessoas — não apenas na África, mas em todo o mundo. Assim, ele inscreveu seu nome na história recente da humanidade com a simplicidade dos grandes homens, contribuindo para a recuperação do prestígio da África do Sul como uma potência no continente africano.
Diversas homenagens foram prestadas ao líder sul-africano, incluindo o Prêmio Nobel da Paz — e certamente muitas outras ainda lhe serão atribuídas.